segunda-feira, 20 de abril de 2015

Realismo ou realismo?


         Levar em conta o que venha a ser a diferença entre Realismo e realismo é vantajoso para entender muitas coisas. Primeiramente, vale frisar que, no decorrer toda a literatura, teve-se momentos em que no momento descritivo de uma determinada ação, de um determinado personagem, o autor(escritor) se utilizou desta técnica narrativa. Nas palavras de Massaud Moiséis, em sua obra A Literatura Portuguesa(2008) há alusão nesse tocante:

É preciso ponderar o seguinte: atitudes realistas houve sempre, desde que surgiu a arte, mas a moda realista aparece nos fins do século XIX(...) Por isso, quando falamos em Realismo, estética realista e cognatos, queremos referir-nos a um momento específico e diferenciado da história das literaturas europeias e americanas.( MOISÉS, 2008).

Outro autor, Afrânio Coutinho, em sua obra, A Literatura no Brasil, também segue essa esteira de pensamento nas seguintes afirmações:

“O Realismo se tingirá de naturalismo, no romance e no conto, sempre que fizer personagens e enredos se submeterem ao destino cego das ‘leis naturais’ que a ciência da época julgava ter codificado; ou se dirá parnasiano, na poesia, à medida que se esgotar no lavor do verso tecnicamente perfeito”, assim afirma Bosi (1997, p. 187), semelhante a quem tentamos “abraçar de um só golpe a literatura realista-naturalista-parnasiana” (cf. COUTINHO, 2004, p. 11)

Com efeito, chegamos a uma conclusão que realismo, enquanto estilo, existe ao longo do tempo. Ao retratar a realidade com abordagem de momentos do cotidiano, rejeição de um sentimentalismo e heroísmo, ademais de um predomínio do modo de narrar em terceira pessoa, ter-se-á uma obra realista. Realismo, com "r" maiúsculo, vale dizer, segue todos esses propósitos, e foi uma escola que surgiu em Portugal a partir da questão Coimbrã e das Conferências do Cassino Lisbonense.

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